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sábado, 14 de agosto de 2010

APRENDER SEM MEDO!!!



Violência provoca medo em salas de aula

17 de Março de 2009 

A violência dentro de escolas assusta autoridades em Goiânia e causa medo em salas de aula. A Delegacia Estadual de Apuração de Atos Infracionais (Depai) iniciou, há apenas dois meses, a discriminação da origem de ocorrências relacionadas a menores na Capital. 
Já foram registrados 54 casos dentro de unidades de ensino, número alarmante. Entre os atos mais comuns estão lesão corporal, ameaça, uso de drogas, porte de armas e injúria. 
Além da violência praticada por alunos dentro das escolas há também aquela sofrida por eles nas unidades de ensino, como o caso da criança de 5 anos violentada sexualmente no banheiro de uma unidade municipal de ensino, no Setor Faiçalville. 
O vendedor de picolés Thiago Franco Barbosa, 24, foi preso na manhã de ontem e confessou o crime .
A violência nas escolas não está restrita a Goiânia.
No mundo, a cada dia 1 milhão de crianças são vítimas ou autoras de algum tipo de agressão no ambiente de aprendizado, conforme pesquisa recente divulgada pela Organização Não-Governamental (ONG) International Plan. No Brasil especificamente, a pesquisa mostra que 84% de 12 mil estudantes de seis Estados reportaram suas escolas como violentas. 
Cerca de 70% desses 12 mil estudantes afirmaram terem sido vítimas na escola. E um terço afirmou estar envolvido em bullying (termo de origem inglesa utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos nas escolas), seja como agressor ou vítima. 
A delegada Nadir Cordeiro, titular da Depai, destaca que os números relativos a Goiânia são preocupantes. Para ela, a realidade é ainda pior que o registrado nos últimos dois meses. “Seriam alarmantes os números se houvesse computado todo o ano de 2008.” 
Nadir revela que a violência escolar não escolhe as instituições, acontece em todas as redes de ensino, seja ela particular ou pública. Ela destaca que o ambiente familiar é o principal responsável pelos casos nas escolas. “A violência começa em casa e termina na escola”, afirma a delegada. 
A delegada argumenta que os pais acabam deixando o papel de educar apenas para os professores. 
De acordo com Nadir, há muitos casos graves que não chegam ao conhecimento da Polícia Civil, uma vez que a direção das escolas prefere tratar como caso disciplinar e não aciona a polícia, o que é um erro para a delegada. Ela revela que os professores são as maiores vítimas, seguido dos alunos e funcionários. E que a sala de aula é o principal local dos atos infracionais. “Há alunos que vão para a escola e formam gangues. Os pais deixaram de educá-los com os valores primordiais da vida humana.”[...]

Agressões são reflexos da violência social

Cíntia Regina da Cunha, diretora pedagógica da Secretaria Municipal de Educação (SME), afirma que as agressões nas escolas são reflexos da violência social que tem atingido famílias inteiras e está presente nas ruas e estádios de futebol. “A violência permeia toda a sociedade.” Ela conta que há parceria com a Guarda Municipal para oferecer segurança aos alunos. No entanto, algumas unidades estão sem a presença dos guardas devido a uma formação que os seguranças estão passando.
Diante dos dados da Depai, ela afirma que irá solicitar uma relação dessas ocorrências na delegacia para saber quantas e quais são provenientes da Rede Municipal. A diretora considera que todos os casos são preocupantes e que há um departamento na secretaria para atuar na investigação e implementação de campanhas contra violência escolar.
O especialista em Docência Superior Rafael Santos, do Sistema Sesi de Ensino, destaca que a violência na sala de aula tem se tornado frequente e começa a ser exercida cada vez mais por crianças e adolescentes. Ele afirma que a desestruturação familiar e até mesmo alguns programas exibidos pela mídia influenciam o comportamento no ambiente escolar. Rafael afirma que as crianças estão mais instintivas e menos racionais. 
“Precisamos de políticas públicas que integrem família e escolas”, afirma. 
PESQUISA
O mestre em Educação Charles Martins, assessor de Educação da Plan Brasil, ONG mundialmente reconhecida por trabalhos no combate aos conflitos dentro das escolas, diz que o levantamento é seguro e fundamentado em dados do governo federal. O objetivo é promover um esforço global para acabar com a violência nas unidades escolares. 
Além da quantidade alarmante de vítimas, a pesquisa indica que a violência não afeta apenas a personalidade, a saúde física e mental e o futuro potencial da criança, mas traz também danos irreparáveis para a família, a comunidade e a economia nacional. Os números mostram que a situação mundial permeia três temas principais: a violência sexual, o castigo corporal e bullying. Segundo o assessor, quando questionados a respeito de castigo corporal, crianças brasileiras de 7 a 9 anos disseram que a dor nem sempre é só física. Declararam sentir “dor no coração” e “dor de dentro”.
Charles diz que a violência contra crianças na escola pode e deve ser evitada. Para ele, uma escola de paz é o direito de cada criança. “Todos nós temos um papel a desempenhar, quer como indivíduos, governos ou ONGs. 
Temos de garantir que as crianças possam ir à escola sem medo ou ameaça e recebam uma educação de qualidade em um ambiente seguro. ‘Aprender Sem Medo’ pode ser uma campanha da Plan, mas é responsabilidade de todos”, afirma o assessor de Educação da Plan Brasil, Charles Martins.
A organização busca, conforme explica Charles Martins, persuadir os governos a tornar ilegal todas as formas de violência contra as crianças dentro das escolas; e fazer com que essas leis sejam cumpridas. 
Ele diz que trabalhar com os dirigentes escolares e professores para criar escolas livres e promover métodos alternativos à disciplina de castigos corporais é a melhor saída.
FONTE:   DIÁRIO DA MANHÃ  http://site.dm.com.br/

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