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quarta-feira, 20 de abril de 2016

Melhor do mundo, professora usará prêmio de US$ 1 milhão na educação

Hanan Al Hroub conquistou o prêmio com metodologia baseada em jogos.
Para o G1, afirmou que a educação é capaz de recuperar o que foi perdido.

Laura LewerDo G1, em São Paulo
Melhor professora do mundo, Hanan Al Hroub dá aula para seus alunos na Samiha Khalil Mixed Secondary School (Foto: Kamal Azraq)Melhor professora do mundo, Hanan Al Hroub dá aula para seus alunos na Samiha Khalil Mixed Secondary School (Foto: Kamal Azraq)
Ajudar outros professores, fundar uma escola, apoiar universitários e apoiar os próprios filhos. Essa é só parte dos planos que a professora palestina Hanan Al Hroub, de 44 anos, tem para o prêmio de um milhão de dólares recebido por ela. A educadora nascida e criada em um campo de refugiados na Cisjordânia foi premiada com o Global Teacher Prize, que busca professores que fazem ‘contribuições excepcionais para a profissão’.

Hanan, que trabalha com crianças de seis a dez anos em uma escola governamental de Ramalá, se tornou professora primária depois que seus filhos desenvolveram problemas psicológicos e de saúde após assistirem a um tiroteio. Sem conseguir o auxílio que as crianças precisavam, iniciou, em casa, um processo de recuperação lento por meio de jogos.
Em entrevista ao G1, ela contou sua trajetória e detalhou como pretende ajudar quem passa pelas mesmas necessidades que enfrentou para promover a educação em seu país.
A experiência se tornou o pilar de todo o trabalho da professora, que, baseando-se no slogan “não à violência”, conseguiu eliminar a agressão em sala de aula e espalhar o método para outras escolas e professores, além de recuperar alunos afetados pela violência. Os jogos usados por Hanan e suas ações foram reunidas no livro ‘We Play and We Learn’, publicado apenas em páginas do Facebook por falta de verbas.
Eu vivi uma infância difícil. Cresci no campo de refugiados palestino Dheisheh em Belém, onde a privação estava por todos os lados"
Hanan Al Hroub,
professora
G1 - Como foi sua infância e a relação de sua família com a educação? 
Hanan Al Hroub - Eu vivi uma infância difícil. Cresci no campo de refugiados palestino Dheisheh em Belém, onde a privação estava por todos os lados. No entanto, as pessoas de lá desenvolveram um grande espírito de cooperação.

Meu pai de 80 anos estudou apenas até a sexta série, mas encorajou e encoraja a família a buscar educação. Minha mãe foi uma dona de casa e não recebeu nenhuma educação formal [a mãe de Hanan morreu há 25 anos após enfrentar um câncer]. Todos os meus irmãos são formados, um em administração de negócios, o segundo em contabilidade, o terceiro em jornalismo e o resto terminou o ensino médio e foi trabalhar com negócios. Minhas três irmãs são professoras.
Os soldados de Israel atiraram no carro e meu marido foi atingido no ombro."
Hanan Al Hroub
G1 - Você diz que as coisas mudaram na sua vida quando seus filhos foram vítimas de um ato de violência. O que aconteceu e como isso os afetou?
Hanan Al Hroub - Em 2000, quando meus três filhos pequenos voltavam da escola com o pai deles e a esposa de seu tio, eles cruzaram o ponto de verificação [barreira militar criada por Israel] entre Belém e Wadi Fukin, onde morávamos. Os soldados de Israel atiraram no carro e meu marido foi atingido no ombro. Minhas filhas gêmeas tinham apenas nove anos e o irmão menor estava na primeira série.

Antes disso, eles eram normais, sem problemas psicológicos ou de saúde. Eram espertos e amavam sua escola. Depois, suas atitudes e comportamentos foram afetados. Tive que fazer muitas pesquisas sozinha para encontrar a melhor maneira de ajudá-los.
Depois do ataque, perderam a confiança, se tornaram arredios e ficaram com medo de ir para a escola por um tempo."
Hanan Al Hroub
G1 - Como foi o processo para recuperá-los do trauma?
Hanan Al Hroub - Eu vi o medo experimentado pelos meus filhos, como isso afetou o bem estar e o psicológico deles. Depois do ataque, perderam a confiança, se tornaram arredios e ficaram com medo de ir para a escola por um tempo.

Combatemos isso como uma família unida pedindo conselhos de profissionais, de psiquiatras a médicos. Também tivemos discussões e consultas com a administração da escola. Os professores, no entanto, não eram treinados para ajudar crianças a lidar com traumas.
Como resultado, nós os tratamos e os ensinamos em casa e progredimos. Eles conseguiram completar seus estudos e ficaram bem academicamente. Sua confiança e sociabilidade retornaram gradualmente também.
G1 - Qual foi o momento decisivo para você se tornar uma professora?
Hanan Al Hroub - O que aconteceu com meus filhos foi um momento decisivo para mim. Eu também vi que tantas outras crianças, direta ou indiretamente, são expostas à violência na Palestina e precisam de cuidados especiais, paciência e apoio em sua educação escolar. Por causa disso, decidi me tornar uma professora primária que pudesse ajudar crianças em escolas públicas que estão passando por esse tipo de trauma.
A palestina em seu trabalho, onde usa o método de ensinar por meio de jogos (Foto: Kamal Azraq)A palestina em seu trabalho, onde usa o método de ensinar por meio de jogos (Foto: Kamal Azraq)

Melhor do mundo, professora usará prêmio de US$ 1 milhão na educação

Hanan Al Hroub conquistou o prêmio com metodologia baseada em jogos.
Para o G1, afirmou que a educação é capaz de recuperar o que foi perdido.

Laura LewerDo G1, em São Paulo
Melhor professora do mundo, Hanan Al Hroub dá aula para seus alunos na Samiha Khalil Mixed Secondary School (Foto: Kamal Azraq)Melhor professora do mundo, Hanan Al Hroub dá aula para seus alunos na Samiha Khalil Mixed Secondary School (Foto: Kamal Azraq)
Ajudar outros professores, fundar uma escola, apoiar universitários e apoiar os próprios filhos. Essa é só parte dos planos que a professora palestina Hanan Al Hroub, de 44 anos, tem para o prêmio de um milhão de dólares recebido por ela. A educadora nascida e criada em um campo de refugiados na Cisjordânia foi premiada com o Global Teacher Prize, que busca professores que fazem ‘contribuições excepcionais para a profissão’.
Em entrevista ao G1, ela contou sua trajetória e detalhou como pretende ajudar quem passa pelas mesmas necessidades que enfrentou para promover a educação em seu país.
Hanan, que trabalha com crianças de seis a dez anos em uma escola governamental de Ramalá, se tornou professora primária depois que seus filhos desenvolveram problemas psicológicos e de saúde após assistirem a um tiroteio. Sem conseguir o auxílio que as crianças precisavam, iniciou, em casa, um processo de recuperação lento por meio de jogos.
A experiência se tornou o pilar de todo o trabalho da professora, que, baseando-se no slogan “não à violência”, conseguiu eliminar a agressão em sala de aula e espalhar o método para outras escolas e professores, além de recuperar alunos afetados pela violência. Os jogos usados por Hanan e suas ações foram reunidas no livro ‘We Play and We Learn’, publicado apenas em páginas do Facebook por falta de verbas.
Eu vivi uma infância difícil. Cresci no campo de refugiados palestino Dheisheh em Belém, onde a privação estava por todos os lados"
Hanan Al Hroub,
professora
G1 - Como foi sua infância e a relação de sua família com a educação? 
Hanan Al Hroub - Eu vivi uma infância difícil. Cresci no campo de refugiados palestino Dheisheh em Belém, onde a privação estava por todos os lados. No entanto, as pessoas de lá desenvolveram um grande espírito de cooperação.

Meu pai de 80 anos estudou apenas até a sexta série, mas encorajou e encoraja a família a buscar educação. Minha mãe foi uma dona de casa e não recebeu nenhuma educação formal [a mãe de Hanan morreu há 25 anos após enfrentar um câncer]. Todos os meus irmãos são formados, um em administração de negócios, o segundo em contabilidade, o terceiro em jornalismo e o resto terminou o ensino médio e foi trabalhar com negócios. Minhas três irmãs são professoras.
Os soldados de Israel atiraram no carro e meu marido foi atingido no ombro."
Hanan Al Hroub
G1 - Você diz que as coisas mudaram na sua vida quando seus filhos foram vítimas de um ato de violência. O que aconteceu e como isso os afetou?
Hanan Al Hroub - Em 2000, quando meus três filhos pequenos voltavam da escola com o pai deles e a esposa de seu tio, eles cruzaram o ponto de verificação [barreira militar criada por Israel] entre Belém e Wadi Fukin, onde morávamos. Os soldados de Israel atiraram no carro e meu marido foi atingido no ombro. Minhas filhas gêmeas tinham apenas nove anos e o irmão menor estava na primeira série.

Antes disso, eles eram normais, sem problemas psicológicos ou de saúde. Eram espertos e amavam sua escola. Depois, suas atitudes e comportamentos foram afetados. Tive que fazer muitas pesquisas sozinha para encontrar a melhor maneira de ajudá-los.
Depois do ataque, perderam a confiança, se tornaram arredios e ficaram com medo de ir para a escola por um tempo."
Hanan Al Hroub
G1 - Como foi o processo para recuperá-los do trauma?
Hanan Al Hroub - Eu vi o medo experimentado pelos meus filhos, como isso afetou o bem estar e o psicológico deles. Depois do ataque, perderam a confiança, se tornaram arredios e ficaram com medo de ir para a escola por um tempo.

Combatemos isso como uma família unida pedindo conselhos de profissionais, de psiquiatras a médicos. Também tivemos discussões e consultas com a administração da escola. Os professores, no entanto, não eram treinados para ajudar crianças a lidar com traumas.
Como resultado, nós os tratamos e os ensinamos em casa e progredimos. Eles conseguiram completar seus estudos e ficaram bem academicamente. Sua confiança e sociabilidade retornaram gradualmente também.
G1 - Qual foi o momento decisivo para você se tornar uma professora?
Hanan Al Hroub - O que aconteceu com meus filhos foi um momento decisivo para mim. Eu também vi que tantas outras crianças, direta ou indiretamente, são expostas à violência na Palestina e precisam de cuidados especiais, paciência e apoio em sua educação escolar. Por causa disso, decidi me tornar uma professora primária que pudesse ajudar crianças em escolas públicas que estão passando por esse tipo de trauma.
A palestina em seu trabalho, onde usa o método de ensinar por meio de jogos (Foto: Kamal Azraq)A palestina em seu trabalho, onde usa o método de ensinar por meio de jogos (Foto: Kamal Azraq)
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G1 - Seus materiais de divulgação falam bastante sobre seu método de “brincar e aprender”. Como ele funciona?
Hanan Al Hroub - A metodologia “nós brincamos e aprendemos” é apoiada no approach do “não à violência”. Ajuda, pouco a pouco, a eliminar padrões e hábitos de comportamento negativo das crianças. Ela as introduz em comportamentos novos, pacíficos e colaborativos, trabalhando umas com as outras na sala de aula, aprendendo com o outro e comigo. Isso as encoraja a criar motivação pessoal para melhorar seu desempenho acadêmico.
O  “nós brincamos e aprendemos” também conseguiu tornar real o conceito de democracia com essas crianças. Ele faz isso por meio do fomento do espírito de colaboração e aceitação das opiniões alheias.
O trauma é profundo e algo que você nunca esquece, mas nós podemos superar os obstáculos no nosso ambiente e cultura e, qualquer pessoa, independentemente de fé ou seita, pode mudar."
Hanan Al Hroub
G1 - Quão profundamente você acredita que as crianças são afetadas por viverem em um local violento? É possível recuperá-las completamente desses traumas?
Hanan Al Hroub - O trauma é profundo e algo que você nunca esquece, mas nós podemos superar os obstáculos no nosso ambiente e cultura e, qualquer pessoa, independentemente de fé ou seita, pode mudar.
Eu aconselhei minhas três irmãs de que nós poderíamos desempenhar um papel patriótico se nos tornássemos professoras, tomando a responsabilidade de educar as gerações para construir a nação dos escombros. Elas se tornaram. Eu consegui, e os outros também podem. O que nós perdemos, podemos recuperar por meio da educação e aprendizagem.
Com paciência e tempo, ensinei disciplina e auto controle por meio de atenção individual, trabalho em equipe, conferências entre pais e professores e atenção ao que a criança tinha a dizer."
Hanan Al Hroub
G1 - Quais melhorias você vê depois de ensinar uma criança traumatizada por algum tempo?
Hanan Al Hroub - Eu ensinei crianças extremamente traumatizadas que estavam agindo de forma violenta ou estavam arredias, sem interagir com os outros. Com paciência e tempo, ensinei disciplina e auto controle por meio de atenção individual, trabalho em equipe, conferências entre pais e professores e atenção ao que a criança tinha a dizer. Houve avanços notáveis em 100% dos casos.
Outros professores já me perguntaram como tais mudanças podem acontecer em um período relativamente pequeno de tempo. A resposta sempre foi acreditar no potencial e habilidades dos estudantes, e encontrar uma forma de explorar e direcionar essas coisas.
G1- Quais aspectos da educação você pode alcançar com os jogos que usa na escola?
Hanan Al Hroub - A metodologia se livra da energia excessiva dos estudantes. Crianças hiperativas queimam a energia com o movimento físico dos jogos e ficam mais calmas. Eu aplico essa técnica de uma forma personalizada para melhorar a força da personalidade de uma criança, com base no que ela é e em seu caráter. Isso pode ser alcançado ao atribuir papeis que encaixam na personalidade de cada um, de forma que alguns podem interpretar professores, líderes, jornalistas, engenheiros, doutores, pintores, ou cantores.
Hanan é premiada com o Global Teache Prize em Dubai; a vencedora foi anunciada pelo Papa Francisco (Foto: Divulgação/ Varkey Foundation)Hanan é premiada com o Global Teache Prize em Dubai; a vencedora foi anunciada pelo Papa Francisco (Foto: Divulgação/ Varkey Foundation)
G1 - Como você se sente sendo premiada pelo trabalho que faz?
Hanan Al Hroub - Me senti muito orgulhosa de ser uma professora palestina no palco em Dubai quando fui anunciado como vendedora do Global Teacher Prize com os olhos do mundo em mim.
Com muita frequência, lecionar não é tão valorizado quanto as outras profissões, e não recebe tantos recursos quanto deveria. Mas professores são o verdadeiro poder do mundo."
Hanan Al Hroub
O prêmio e a Fundação Varkey estão fazendo um trabalho importante ao jogar uma luz nos grandes professores ao redor do mundo e nos trabalhos vitais que fazem. Com muita frequência, lecionar não é tão valorizado quanto as outras profissões, e não recebe tantos recursos quanto deveria. Mas professores são o verdadeiro poder do mundo. Juntos, eles podem unir o mundo por meio da educação e mudar o futuro para melhor.
G1 - Quais são seus planos? O que você pretende fazer com o dinheiro?
Hanan Al Hroub - Muitos estudantes saem da universidade por causa da falta de fundos ou não podem pagar as despesas dos estudos, então eu gostaria de reservar uma quantia para apoiar alunos de graduação que desejam se tornar professores. Também queria criar um fundo para professores que desejam adotar as técnicas e currículo de “nós brincamos e aprendemos”.
Eu tive dificuldade para conseguir materiais para sala de aula, incluindo material didático, ferramentas para fazer jogos, aparelhos eletrônicos, e assim por diante. Então criarei um fundo para ajudar professores palestinos a ter acesso a equipamentos escolares."
Hanan Al Hroub
Eu tive dificuldade para conseguir materiais para sala de aula, incluindo material didático, ferramentas para fazer jogos, aparelhos eletrônicos, e assim por diante. Então criarei um fundo para ajudar professores palestinos a ter acesso a equipamentos escolares.

Também gostaria de criar uma escola para ajudar estudantes com dificuldades de aprendizado, dotada de especialistas e oferecendo um currículo que atenda às suas necessidades.
Como minha mãe morreu de câncer, gostaria de criar um quarto no hospital local para pacientes com câncer. Eu vi o nível degradante desses quartos no hospital público devido a falta de verba.
Também quero apoiar meus filhos e filhas a seguir seus estudos de graduação e pós-graduação até o nível de mestrado, pelo menos, já que a maioria das famílias com cinco filhos não pode pagar as taxas de educação para todos.G1 - Seus materiais de divulgação falam bastante sobre seu método de “brincar e aprender”. Como ele funciona?
Hanan Al Hroub - A metodologia “nós brincamos e aprendemos” é apoiada no approach do “não à violência”. Ajuda, pouco a pouco, a eliminar padrões e hábitos de comportamento negativo das crianças. Ela as introduz em comportamentos novos, pacíficos e colaborativos, trabalhando umas com as outras na sala de aula, aprendendo com o outro e comigo. Isso as encoraja a criar motivação pessoal para melhorar seu desempenho acadêmico.
O  “nós brincamos e aprendemos” também conseguiu tornar real o conceito de democracia com essas crianças. Ele faz isso por meio do fomento do espírito de colaboração e aceitação das opiniões alheias.
O trauma é profundo e algo que você nunca esquece, mas nós podemos superar os obstáculos no nosso ambiente e cultura e, qualquer pessoa, independentemente de fé ou seita, pode mudar."
Hanan Al Hroub
G1 - Quão profundamente você acredita que as crianças são afetadas por viverem em um local violento? É possível recuperá-las completamente desses traumas?
Hanan Al Hroub - O trauma é profundo e algo que você nunca esquece, mas nós podemos superar os obstáculos no nosso ambiente e cultura e, qualquer pessoa, independentemente de fé ou seita, pode mudar.
Eu aconselhei minhas três irmãs de que nós poderíamos desempenhar um papel patriótico se nos tornássemos professoras, tomando a responsabilidade de educar as gerações para construir a nação dos escombros. Elas se tornaram. Eu consegui, e os outros também podem. O que nós perdemos, podemos recuperar por meio da educação e aprendizagem.
Com paciência e tempo, ensinei disciplina e auto controle por meio de atenção individual, trabalho em equipe, conferências entre pais e professores e atenção ao que a criança tinha a dizer."
Hanan Al Hroub
G1 - Quais melhorias você vê depois de ensinar uma criança traumatizada por algum tempo?
Hanan Al Hroub - Eu ensinei crianças extremamente traumatizadas que estavam agindo de forma violenta ou estavam arredias, sem interagir com os outros. Com paciência e tempo, ensinei disciplina e auto controle por meio de atenção individual, trabalho em equipe, conferências entre pais e professores e atenção ao que a criança tinha a dizer. Houve avanços notáveis em 100% dos casos.
Outros professores já me perguntaram como tais mudanças podem acontecer em um período relativamente pequeno de tempo. A resposta sempre foi acreditar no potencial e habilidades dos estudantes, e encontrar uma forma de explorar e direcionar essas coisas.
G1- Quais aspectos da educação você pode alcançar com os jogos que usa na escola?
Hanan Al Hroub - A metodologia se livra da energia excessiva dos estudantes. Crianças hiperativas queimam a energia com o movimento físico dos jogos e ficam mais calmas. Eu aplico essa técnica de uma forma personalizada para melhorar a força da personalidade de uma criança, com base no que ela é e em seu caráter. Isso pode ser alcançado ao atribuir papeis que encaixam na personalidade de cada um, de forma que alguns podem interpretar professores, líderes, jornalistas, engenheiros, doutores, pintores, ou cantores.
Hanan é premiada com o Global Teache Prize em Dubai; a vencedora foi anunciada pelo Papa Francisco (Foto: Divulgação/ Varkey Foundation)Hanan é premiada com o Global Teache Prize em Dubai; a vencedora foi anunciada pelo Papa Francisco (Foto: Divulgação/ Varkey Foundation)
G1 - Como você se sente sendo premiada pelo trabalho que faz?
Hanan Al Hroub - Me senti muito orgulhosa de ser uma professora palestina no palco em Dubai quando fui anunciado como vendedora do Global Teacher Prize com os olhos do mundo em mim.
Com muita frequência, lecionar não é tão valorizado quanto as outras profissões, e não recebe tantos recursos quanto deveria. Mas professores são o verdadeiro poder do mundo."
Hanan Al Hroub
O prêmio e a Fundação Varkey estão fazendo um trabalho importante ao jogar uma luz nos grandes professores ao redor do mundo e nos trabalhos vitais que fazem. Com muita frequência, lecionar não é tão valorizado quanto as outras profissões, e não recebe tantos recursos quanto deveria. Mas professores são o verdadeiro poder do mundo. Juntos, eles podem unir o mundo por meio da educação e mudar o futuro para melhor.
G1 - Quais são seus planos? O que você pretende fazer com o dinheiro?
Hanan Al Hroub - Muitos estudantes saem da universidade por causa da falta de fundos ou não podem pagar as despesas dos estudos, então eu gostaria de reservar uma quantia para apoiar alunos de graduação que desejam se tornar professores. Também queria criar um fundo para professores que desejam adotar as técnicas e currículo de “nós brincamos e aprendemos”.
Eu tive dificuldade para conseguir materiais para sala de aula, incluindo material didático, ferramentas para fazer jogos, aparelhos eletrônicos, e assim por diante. Então criarei um fundo para ajudar professores palestinos a ter acesso a equipamentos escolares."
Hanan Al Hroub
Eu tive dificuldade para conseguir materiais para sala de aula, incluindo material didático, ferramentas para fazer jogos, aparelhos eletrônicos, e assim por diante. Então criarei um fundo para ajudar professores palestinos a ter acesso a equipamentos escolares.

Também gostaria de criar uma escola para ajudar estudantes com dificuldades de aprendizado, dotada de especialistas e oferecendo um currículo que atenda às suas necessidades.
Como minha mãe morreu de câncer, gostaria de criar um quarto no hospital local para pacientes com câncer. Eu vi o nível degradante desses quartos no hospital público devido a falta de verba.
Também quero apoiar meus filhos e filhas a seguir seus estudos de graduação e pós-graduação até o nível de mestrado, pelo menos, já que a maioria das famílias com cinco filhos não pode pagar as taxas de educação para todos.

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