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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Entrevistas

Supervisora do projeto afirma que escolas aprovaram professores mediadores


Apesar de ainda não ter uma avaliação mais profunda sobre o impacto do professor mediador nas escolas, a supervisora do Sistema de Proteção Escolar em São Paulo, Beatriz Graeff, afirma que a receptividade das escolas a esta nova função docente foi positiva. “Por isso houve a determinação pela ampliação do projeto”, afirma.

Ela reconhece que ainda há problemas, principalmente em relação à definição do papel que o professor mediador deve desempenhar dentro da escola, mas defende que este é um problema que deixará de existir em breve. Confira a entrevista:

Observatório da Educação: Qual o balanço que a secretaria faz sobre a criação do cargo de professor mediador?


Beatriz Graeff: Como o projeto é recente, não fizemos uma análise profunda, mas fizemos uma avaliação qualitativa da receptividade e do impacto da presença do professor mediador nas escolas, e os resultados são muito positivos. De fato, a presença dessa figura, dentro da escola, fortaleceu a capacidade da equipe gestora de trabalhar as questões que permeiam a sala de aula, mas não são necessariamente questões curriculares. 



E a receptividade foi muito positiva. Por isso houve a determinação pela ampliação do projeto. Foram criadas vagas em cerca de mil escolas em todo o estado. Neste ano expandimos para mais 900, totalizando 1.900 escolas com professores mediadores. O professor mediador abarca todas as questões que impactam a convivência escolar: fatores de risco externos, de vulnerabilidade, que se apresentam no ambiente escolar. Ele também tem a função de desenvolver ações preventivas à violência escolar.
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Quem conhece a rede estadual, sabe que as escolas sempre desenvolveram esse tipo de ação. O que fizemos agora foi criar um professor que possui dedicação exclusiva para isso. 



Com a boa receptividade das escolas, também cresce o nosso desafio de manter uma boa formação continuada a esses professores. O que é interessante do projeto é que ele deu visibilidade para a atuação de vários professores mediadores que já existiam na rede, que já desenvolviam atividades dessa natureza dentro da escola, com muito sucesso e que agora podem ter uma dedicação exclusiva a isso.



Observatório: Como é o curso de formação?



Beatriz: Ele é composto de três módulos. No primeiro, os professores se habilitam a produzir um diagnóstico de vulnerabilidade escolar, onde se aborda os principais fatores de risco e proteção. Nesse módulo ele deve realizar o diagnóstico daquela escola. Fatores de vulnerabilidade e proteção – analisando público, entorno, condições físicas, principais fatores de risco associados à infância e à juventude. 



No segundo módulo, a proposta é de que o mediador saia da escola para saber quais são os parceiros da escola, os vizinhos, instituições de proteção social. E também que ele vá conhecer o conselho tutelar, vá conhecer a vara da infância e juventude. 



No terceiro módulo, com base no diagnóstico e nesse mapeamento, ele vai elaborar um projeto transversal, envolvendo não só a equipe escolar, mas toda a comunidade para trabalhar um ou mais fatores que ele mapeou no diagnóstico. O projeto seria o plano de ação do que ele vai desenvolver na escola. Assim, cada projeto se adequa ao perfil da escola.



Observatório: Há exemplos de projetos nesse sentido?



Beatriz:Para corrigir alguns rumos, a gente acompanhou algumas Diretorias Regionais de Ensino (DREs) de forma mais próxima. Em São Carlos, por exemplo, fizemos um plano de combate à evasão escolar com participação do professor mediador. Integramos no projeto o Ministério Público, o Conselho Tutelar, e as secretarias municipais de assistência social e de saúde. E lá eles conseguiram quase zerar a evasão escolar nas escolas que contavam com professor mediador. 



Para esse ano, nós também alteramos a legislação, prevendo uma atividade mensal dos diretores na DREs. É necessário que a DRE promova a troca de experiências entre os professores. Isso é fundamental para que ele aprimore a atividade dentro da escola. 



Observatório: Em que modelo ou aplicação vocês se inspiraram?



Beatriz: Na verdade, foi inspirado em algumas iniciativas. É muito inspirado na experiência da reforma educacional de Nova Iorque, que foi trazida para São Paulo pelo Instituto Fernand Braudel [de Economia Mundial], em um programa-piloto que eles desenvolveram em algumas escolas na zona leste, que tem a figura do coordenador de pais, que era um elo de ligação entre a escola e a comunidade. 



Observatório: No que o projeto deixou a desejar?



Beatriz: Para o professor mediador desenvolver as suas atividades, é fundamental que ele trabalhe em rede. A partir da experiência do professor mediador, a gente percebeu a necessidade de continuar fortalecendo o papel da DRE como uma articuladora regional da rede de proteção escolar. O envolvimento de outros atores no suporte à escola é fundamental. A gente está falando de saúde, assistência social, do Conselho Tutelar. 



Junto com a expansão do projeto do professor mediador, estamos fazendo um fortalecimento dos recursos humanos nas DREs para que eles possam articular melhor a rede de proteção escolar no âmbito regional. 



Fora isso, a gente precisa aprimorar ainda mais a seleção do perfil do professor, porque ele tem uma atribuição muito específica dentro da escola. 



Observatório: Qual é o perfil ideal?



Beatriz: Ele preferencialmente deve ser um professor que já atuava na escola, que já conhece a comunidade, a família, os contextos em que a escola está inserida. Com os diretores, a gente apurou melhor quais são as competências fundamentais para a atuação do professor mediador: liderança e favorecimento do diálogo e das relações interpessoais entre as pessoas que frequentam o ambiente escolar. Não tem uma associação com uma disciplina específica. 



Observatório: Segundo alguns relatos, professores mediadores são tratados como inspetores de alunos em algumas escolas. Como a senhora avalia essas declarações?



Beatriz: Essa é uma proposta nova, portanto existe um período de adaptação. Essa má compreensão do papel do professor mediador foi um movimento que a gente acompanhou no ano passado e, com o passar do tempo, eventuais ruídos no papel dos professor mediador vão sendo superados. Pensando nisso, no ano passado, na formação do professor mediador, na parte presencial, estiveram presentes não só os professores mediadores como os diretores também, para que a gente apresentasse o projeto.  Aos poucos, vai se construir dentro da comunidade esse papel deles, esperamos que todos possam ir se familiarizando com a figura dentro da escola. 



Eu acho que chegamos ao final do ano com um entendimento mais claro de que ele é um educador, não um inspetor. Ele trabalha nos espaços de convivência dentro da escola, que não é a sala de aula. Então, se houve no início algum desentendimento, hoje é muito mais aceito, entendido e há uma receptividade muito grande nas escolas.
EU TENHO ÉTICA!

3 comentários:

  1. Olá!

    Faço psicologia no Mackenzie-SP,e estou fazendo meu TCC com a temática do professor mediador, preciso de professores que atuem como mediadores para uma entrevista. Caso alguem se interesse, favor mandar email com contatos.
    gih_axs@terra.com.br

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  2. Olá, Beatriz!
    Olá, Beatriz!

    Nos conhecemos em Serra Negra no primeiro encontro de professores mediadores, em junho de 2010.
    Sou da Diretoria de Ensino da Região de Penápolis, fui Professora Mediadora na E. E. Maria Eunice M. Ferreira, no município de Avanhandava, escola que apresentava o maior número de ocorrências no ROE.
    Desde o primeiro momento que soube do projeto me apaixonei, tem tudo haver com o meu perfil, no primeiro semestre de trabalho houve uma certa resistência pela função, mas depois tudo foi se acertanto, resumindo um ano depois do nosso trabalho ter iniciado, já tinhámos outra realidade, éramos em dois mediadores na escola, conseguimos diminuir as ocorrências em 46%.
    As pessoas na escola mudaram, tal mudança não foi só pelo trabalho do professor mediador, mas uma série de acontecimentos positivos, que na maioria das vezes mesmo que indiretamente tinhámos uma participação.
    Fiz projetos que foram reconhecidos no Prodesc, e um deles foi escolhido por São Paulo como um dos dois melhores da no Diretoria, minha supervisora foi apresentar o projeto em São Paulo.
    O vínculo com os alunos é tão grande que eu ganhei presente até no dia das mães, tenho tantos acontecimentos emocinantes, mas não posso descrevê-los foram muitos.
    Um dos principais objetivos do projeto é criar vínculo com alunos, professores, funcionários, comunidade e parceiros da escola, hoje sei o problema de cada um deles, o nome dos pais, como tratá-los no momento do conflito, o endereço deles, um trabalho que levou tempo, estudos e cursos junto a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.
    Nas últimas semanas fiquei muito triste, pois, por causa da minha categoria O, não foi possível eu ser reconduzida, deveriámos ser avaliados pela competência e trabalho e não apenas por uma categoria ou então nunca terem deixado as pessoas da categoria O participarem, se vc entrar em contato com a supervisora, dirigente, diretoria e vice-diretora todos estão muito satisfeitos com o meu trabalho e queriam que eu continuasse, vocês não podem intervir para não quebrar alguns vínculos.
    Estou triste não só por estar desempregada, mas porque foi o trabalho que mais me identifiquei até hoje.
    Houve um investimento por parte da Secretaria do Estado de São Paulo, que eu soube aproveitar, e agora?
    Silvana Maria Franceschini

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  3. Olá,

    Também sou professor mediador na cidade de Piracicaba e estou desde o início do programa. Me encontro profundamente inconformado pois após conquistar toda a comunidade e enfrentar diversas batalhas juntoaos alunos, após dois anos conhecendo cada um dos alunos, seus problemas e dificuldades, sou obrigado, por um mero detalha burocrático a abandonar tudo.
    Como ficam meus alunos e projetos desenvolvidos às custas de muito esforço?´
    É realmente uma pena, mas somos obrigados a reconhecer o descompromisso do nosso estado com a educação.

    Fernando Sergi Sacconi

    fsacconi@gmail.com

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